A vida moderna, independência financeira e mudanças climáticas são alguns dos
motivos.
Reportagem: Caroline Rossetto
Em um passado não muito distante, quando a emancipação feminina ainda era um
verdadeiro tabu, uma família tradicional costumava ter muitos filhos, principalmente entre
áreas rurais e com pouco acesso à educação e informação.
Atualmente, com os avanços tecnológicos e uma notável mudança de comportamento, o
sonho da maternidade está se realizando cada vez mais tarde ou não acontecendo. Em
uma pesquisa recente, feita pelo IBGE em 2022, mais de 100 mil brasileiras se tornaram
mães pela primeira vez, após os 40 anos. Uma outra crescente é a opção de não ter filhos.
O termo NoMo (no mothers) é resposta para cerca de 40% das brasileiras que não tem
vontade nenhuma de engravidar. É a menor taxa de natalidade desde 1872. Em nível
global, o número de mulheres que optam por não gestar, ainda é mais alto: 72%.
Essa escolha em não gestar uma criança tem sido alvo de discussões no mundo inteiro. A
decisão traz também preconceitos, estigmas e pressões sociais impostas por uma
sociedade conservadora. Carreira, dinheiro, estilo de vida, desastres ambientais, questões
climáticas e simplesmente falta de vontade são os motivos que as mulheres que não
sonham em aumentar a família e contribuir para o aumento da população no planeta.
A analista de recursos humanos, Jennifer Vargas, nunca sonhou em ser mãe e realizou o
sonho de fazer laqueadura aos 26 anos. Ela explica as motivações:
“Eu tomei essa decisão bem nova, aos 16 anos. Eu já tinha ideia de não ter filhos. Na
verdade, era uma ideia que tinha desde muito jovem. E com 16 anos, eu descobri uma lei,
uma normativa da OMS, lei do Planejamento Familiar que autorizava a cirurgia em mulheres
com 25 anos e com dois filhos vivos e foi daí, que decidi que esse seria o meu caminho e só
esperei completar 25 anos para realizar a cirurgia”, afirma ela.
Jennifer também conta que sofreu e ainda sofre preconceitos da sociedade e até parte da
equipe médica, que fez com que ela questionasse a sua escolha devido a idade e que ela
até mudaria de ideia quando encontrasse um companheiro para dividir a vida.
É possível realizar a laqueadura pelo SUS e para as pessoas interessadas, o ideal é ir para
uma UBS mais próxima de sua residência para buscar mais informações sobre essa
decisão que afeta a todos.
Muitas mulheres não conseguem ter direito de escolha e seja qual for: a decisão precisa ser
segura e consciente e é fundamental que seja respeitada.
A Central de Notícias da Rádio Tucuruvi é uma iniciativa do Projeto “Bossa Nova: das vaias aos aplausos”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
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