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ITAÚ CULTURAL HOMENAGEIA BENJAMIN DE OLIVEIRA: O PRIMEIRO ARTISTA CIRCENSE NEGRO BRASILEIRO

  • forumfdc
  • Mar 18, 2022
  • 3 min read

Updated: Mar 23, 2022

Reportagem: Caroline Rossetto

Atire a primeira pedra quem nunca quis fugir com o circo. Respeitável público, o Itaú Cultural apresenta a 54ª Ocupação Itaú Cultural em homenagem ao artista circense, Benjamim de Oliveira.

A exposição, que está em seus últimos dias, apresenta a vida e obra desse palhaço, filho de uma mulher escravizada e um dos capatazes da fazenda em Patos de Minas, Minas Gerais.

Aos 12 anos, Benjamin fugiu com o circo e durante 50 anos se dedicou a ele. Dono de inúmeros talentos, o menino se tornou ginasta, músico, autor, cantor, escritor e até diretor da companhia. Aos 19 anos, se vestiu como palhaço pela primeira vez, viajando muito entre Minas e Rio de Janeiro, com suas apresentações.

A mostra apresenta a sua vida e obra, sua família e o que o circo representava no século XIX e começo do século XX. No espaço expositivo, vemos fotos raras, livros, matérias de jornais antigos, roupas, acessórios e equipamentos em um ambiente bem lúdico e colorido.

A história de Benjamin é uma grata surpresa para quem não o conhecia. É o que nos conta o professor, ator e escritor sergipano, Gustavo Aragão Cardoso:

“Eu não conhecia o Benjamin de Oliveira. Não sabia da história dele. Eu estava comentando com os meus companheiros de visita que a trajetória e a história de vida é extraordinária e que vale muito ser lembrada. O circo como uma arte cênica, permorficatica e toda a sua contribuição que o circo deu ao cenário brasileiro e mundial, acho que precisa ser mais lembrado, valorizado e resgatado sempre. É uma arte muito importante. Toda a criatividade que ele promove, acaba despertando emoções e sentimentos significativos na vida de todos os telespectadores e todos aqueles que consomem o circo como uma arte cênica

Certamente, a exposição faz lembrar de nossa infância, em uma época saudável e divertida. Gustavo relembrou de sua época de criança:

“Na minha infância, o conjunto JK, em Aracaju, Sergipe costumava erguer lonas de circo popular no bairro e eu ficava lá, vendo, apreciando a montagem do circo. Eu era um admirador da arte circense, sempre fui. Achava muito bonito. Inclusive minha mãe, Vera, dizia que um dos sonhos da vida dela era fugir com o circo. Hoje eu descubro que o Benjamin de Oliveira fugiu com o circo aos 12 anos. Então, o circo de certo modo, está entranhado em nossa cultura popular brasileira e é sempre muito importante resgatar essa arte”, conclui.

Esse palhaço mineiro foi revolucionário na arte de fazer circo e contar histórias, levando a modernização da instituição. É a primeira vez que o Itaú Cultural aborda uma exposição com a temática circense. Pouco conhecido até o momento, a instituição quis prestar essa homenagem a esse homem que foi pioneiro em uma das artes mais completas que existe.

A atuação de Benjamin foi muito abrangente e investiu em várias áreas, trabalhando com Chiquinha Gonzaga, o poeta e cantor Eduardo das Neves e o violinista Mario Pinheiro.

A estudante de cinema, Mariana Salles Anselmo, que costuma frequentar circo, não conhecia a trajetória de Benjamin:

“Nunca tinha ouvido falar do Benjamin, até porque, ele aparentemente, é um pouco apagado da história. Achei muito interessante e é toda uma história relacionada com o fato da mãe dele ter sido escrava e ter fugido aos 12 anos. Naquela época, você conseguia alforria quando era criança, mas que precisava trabalhar até uma certa idade e as únicas opções eram trabalhar ou fugir para outro lugar, então, na minha visão, a arte para ele não foi uma escolha livre, mas uma forma de escape. Então, temos um registro de sobrevivência, mas que também é uma arte muito bonita, apesar de ser uma história tão triste”

Mariana também acredita que o circo pode ser um agente transformador na vida de alguém, principalmente para quem não tem acesso à cultura.

“Em muitos bairros periféricos em São Paulo existe uma afinidade muito forte de eventos culturais com atividades relacionadas ao circo. E traz muita felicidade para quem não tem acesso a cultura

Além do espaço expositivo, o público também pode conferir o seu legado em canais do Youtube e também há materiais táteis, para pessoas de baixa visão e aparelhos sonoros, com audioguias e tradução em libras. Considerada um grande sucesso, a exposição foi prorrogada para até o dia 13 de março.

Endereço: Avenida Paulista, 149 - Metrô Brigadeiro

Horários: 3as feiras a Sábados: 11h00 às 20h00 e Domingos: 11h00 às 19h00 GRATUITO

NÃO É NECESSÁRIO AGENDAMENTO

ENTRADA MEDIANTE COMPROVANTE DE VACINAÇÃO

Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária para a Cidade de São Paulo.

 
 
 

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