SUS: Como funciona o sistema de saúde pública no Brasil?

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, garantindo atendimento gratuito para milhões de brasileiros. Criado a partir da Constituição de 1988, ele representa um marco na democratização do acesso à saúde no Brasil. Mas como o SUS funciona na prática? Quais são seus principais desafios?

Segundo Pedro Rodrigues, do canal Manual do Brasil, o SUS é um sistema universal, ou seja, qualquer pessoa, independentemente de sua classe social, pode ser atendida. No entanto, sua estrutura enfrenta problemas de financiamento e gestão, o que compromete a qualidade dos serviços prestados.

Como o SUS foi criado?

Antes da Constituição de 1988, a saúde pública no Brasil não era universal. O atendimento era limitado aos trabalhadores formais, que contribuíam com a Previdência. O restante da população dependia de caridade e filantropia para obter atendimento médico.

A partir da redemocratização, o SUS foi criado com base nos seguintes princípios:

📌 Universalidade: qualquer cidadão tem direito ao atendimento.

📌 Equidade: os recursos devem ser distribuídos para atender principalmente os mais necessitados.

📌 Integralidade: o SUS deve oferecer desde atendimento básico até procedimentos mais complexos.

📌 Descentralização: municípios têm autonomia para gerenciar os serviços de saúde.📌 Participação popular: a população pode opinar sobre a gestão do SUS em conselhos e conferências de saúde.

O que o SUS oferece?

Muitos associam o SUS apenas a hospitais e pronto-atendimentos, mas sua atuação é muito mais ampla. O sistema inclui:

✔ Atendimento de emergência, como o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

✔ Campanhas de vacinação gratuitas.

✔ Fornecimento de medicamentos para diversas doenças.

✔ Realização de exames laboratoriais e de imagem.

✔ Programas de saúde preventiva, como o Saúde da Família.

✔ Custeio de pesquisas médicas e sanitárias.

De acordo com Pedro Rodrigues, o SUS representa um grande avanço em relação ao modelo anterior, mas ainda enfrenta obstáculos que dificultam seu pleno funcionamento.

Os desafios do SUS

Mesmo sendo um dos sistemas mais inclusivos do mundo, o SUS não está livre de críticas. Os principais problemas apontados incluem:

⚠️ Subfinanciamento – Especialistas afirmam que o SUS não recebe investimentos suficientes para atender sua alta demanda.

⚠️ Má gestão – Além da falta de recursos, há um problema na administração do orçamento, o que leva ao desperdício de verbas.

⚠️ Falta de profissionais – O SUS enfrenta dificuldades na contratação e manutenção de médicos e enfermeiros, especialmente em regiões remotas.

⚠️ Longas filas de espera – Pacientes podem aguardar meses ou até anos para cirurgias e consultas especializadas.

Segundo um levantamento do Datafolha, 39% dos brasileiros que utilizam o SUS avaliam o serviço como bom ou ótimo, enquanto 22% consideram ruim ou péssimo. A insatisfação está, em grande parte, relacionada ao tempo de espera para atendimento.

O SUS pode melhorar?

Para que o SUS funcione de forma mais eficiente, algumas medidas são essenciais:

📌 Aumento do financiamento – O governo precisa ampliar os investimentos, garantindo melhores estruturas e maior capacidade de atendimento.

📌 Gestão eficiente – Melhor administração dos recursos pode reduzir desperdícios e aumentar a qualidade dos serviços.

📌 Expansão da atenção básica – Investir na prevenção de doenças pode reduzir a superlotação nos hospitais.

📌 Capacitação e contratação de profissionais – Oferecer melhores condições de trabalho pode ajudar a reduzir a escassez de médicos e enfermeiros.

Como afirma Pedro Rodrigues, o SUS é uma ótima ideia, mas precisa ser melhor executado para atender plenamente a população brasileira.

A Central de Notícias da Rádio Tucuruvi é uma iniciativa do Projeto “Bossa Nova: das vaias aos aplausos”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.